Atividade física, saúde e qualidade de vida - 2ª Parte

27 Sep 2018

Após termos analisado as recomendações da OMS relativas à prática de atividade física nas diversas faixas etárias, bem como os dados estatísticos das populações, alusivos à insuficiência da prática de Atividade Física e à inatividade física, é plausível concluir que a sociedade moderna encontra-se cada vez mais acomodada no sedentarismo que se encontra associado em grande parte às novas tecnologias, como por exemplo as atividades de ecrã, deixando de lado atividades saudáveis que outrora fizeram parte do quotidiano de todos.

Por um lado, temos nos dias de hoje jovens utilizadores assíduos de toda a diversidade de tecnologias disponíveis, como smartphones, tablets, computadores e consolas de jogos. Este tipo de comportamento, associado ao sedentarismo, é algo que tem vindo a crescer exponencialmente a par da facilidade que se verifica na aquisição de novos equipamentos. E é, sem dúvida, um dos fatores com mais peso na origem da inatividade física entre os jovens na atualidade.

Por outro lado, vivemos numa sociedade onde os adultos abandonaram quase na totalidade os meios de transporte “saudáveis”, como é o caso do andar a pé ou de bicicleta, transitando para meios de transporte mais confortáveis em todas as suas deslocações. Até em pequenas movimentações, a maior parte dos adultos opta por se deslocar de carro, não refletindo em questões essenciais como as despesas de combustível, a poluição e, claro, na ação benéfica que seria o facto de realizarem a sua deslocação num meio que lhe proporcione algum dispêndio energético e consequentemente um vasto numero de outros benefícios a nível da saúde física e mental. Estes adultos são o exemplo dos nossos jovens e, portanto, estão a transmitir-lhes todo este modo de viver que propicia o sedentarismo.

Em suma, é imperativo criar consciência nas pessoas, proporcionando-lhes informação, para que estas comecem a desenvolver comportamentos mais saudáveis e não tão dependentes de tecnologias que facilitam em excesso a vida humana, ao ponto de a prejudicar com o seu uso intensivo. Como o exemplo deve vir dos adultos que lidam com os jovens, parece-me ser necessário e urgente uma maior divulgação dos benefícios da atividade física, junto da população adulta, algo que pode ser facilmente alcançado com a realização de palestras e workshops.

Relativamente à população jovem não me parece que o caminho mais eficaz passe por impor horários mais intensivos de Educação Física enquanto disciplina escolar, até mesmo porque nem todos os estudantes apreciam esta disciplina da mesma forma. É sim necessário ir ao encontro dos interesses e necessidades dos jovens e, portanto, encontrar soluções adequadas para a prática da atividade física nos seus tempos livres, de forma apelativa, em ambientes agradáveis e adequados.

Devemos criar um leque diversificado de atividade física e desportiva extracurricular que desperte o interesse dos jovens nas diversas modalidades existentes, proporcionando-lhes a escolha livre das suas próprias atividades. A atividade física deve ser praticada com prazer, sendo uma escolha deliberada dos jovens. Este é um fator de extrema importância que se provou ser decisivo na manutenção continuada dos programas de atividade física.  

A atividade física é prazer, diversão e bem-estar!

 

José Diogo Catela, estudante no curso superior de "Atividade Física e Estilos de Vida Saudáveis"